Classe dos Heróis Fracos: Um Dorama Sobre Bullying Sem Heróis

Por Hemellyn – Uma Jornada Pessoal Pelas Sombras do Bullying

Contém Spoilers!

Quando comecei a assistir Classe dos Heróis Fracos, eu estava preparada para o roteiro padrão: vítima sofre, vítima revida, vítima vence. Mas o que encontrei foi um soco no estômago que me deixou sem ar por dias.

Desde o primeiro episódio, percebi que essa não seria uma história comum. Nada ali era gratuito: a dor tinha profundidade, a violência tinha consequência, e cada olhar carregava mais do que palavras poderiam explicar.

Lembro exatamente do momento em que tudo mudou para mim — quando Oh Beom-seok, aquele garoto com o tique nervoso no olho, filho de um deputado que usava cintos e palavras como armas, decidiu que chega. Não foi um grito de revolta, foi um pedido de socorro. Ele tinha dinheiro, frustrações mal resolvidas e um vazio emocional. E usou tudo isso não para se libertar, mas para arrastar outros com ele.

E o mais perturbador? Eu entendi. Entendi quando ele perdeu o controle e já não conseguia parar. Entendi quando, no auge de seu poder, ele ainda era apenas um menino assustado — só que agora, ninguém mais ouvia seus gritos.

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A série me forçou a encarar uma verdade desconfortável: quantos de nós, na mesma situação, não faríamos o mesmo? Essa transição dele de vítima para vilão nunca foi caricata. Foi construída com cuidado, como uma espiral de dor mal resolvida. Classe dos Heróis Fracos mostra que a violência internalizada não evapora — ela te transforma. Às vezes em lágrimas, outras em punhos cerrados.

O Preço de Segurar o Punho: Entre Vítimas e Algozes

Mas foi Yeon Shi-eun quem realmente me chocou. Aquele garoto quieto, que calculava cada movimento como um jogo de xadrez, se transformou diante dos meus olhos. Quando Ahn Su-ho — o único amigo — acabou em coma, vi Shi-eun se despedaçar e se remontar como outra coisa. Algo mais frio. Mais perigoso.

A série quebra a lógica do herói inabalável e nos entrega alguém humano. Shi-eun não luta para vencer — ele luta para não desmoronar. E isso, para mim, foi mais assustador do que qualquer cena de agressão.

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A cena final ficou espetacular e cheia de emoções. Shi-eun, coberto de sangue, gritando de dor enquanto estilhaça janelas. Não era mais sobre justiça. Era sobre desespero. Era o colapso de alguém impotente. E naquele momento, eu não via mais um personagem — via todo o ódio, toda a frustração, toda a impotência que já senti em momentos sombrios da minha vida.

E Su-ho… o mais humano de todos. Forte, protetor, sensível. E ainda assim, vulnerável. Sua presença nos lembra que nem sempre a força física é suficiente para proteger quem amamos — ou a nós mesmos.

Por Que Classe dos Heróis Fracos Me Marcou Tanto?

Porque Classe dos Heróis Fracos não é sobre heróis ou sobre certo e errado. É sobre pessoas. Sobre como nossos traumas nos corroem, como o poder distorce, como a dor nos transforma. Ele me mostrou que:

  • Dinheiro e influência podem comprar vingança, mas nunca paz.
  • Nenhum de nós é tão forte quanto pensa.
  • E às vezes, o anti-herói dentro de nós é tudo que nos resta.

Assisti a cada episódio com o coração na garganta — uma mistura de medo, raiva e uma esperança teimosa de que, talvez, alguém conseguisse sair inteiro dessa história. Spoiler: ninguém sai.

E é isso que torna esta série tão brilhante. Ela não nos deixa mentir para nós mesmos. Ela nos força a encarar o que vemos no espelho.

A Violência Sem Glamour

Diferente de tantos doramas escolares que romantizam brigas como fases de amadurecimento, Classe dos Heróis Fracos pesa cada soco como um trauma. Cada cena de luta é seca, crua. Não há trilha épica ou câmera lenta para amenizar. Há dor. E há consequências.

E você? Até onde iria se as pessoas te empurrassem para o limite?

Classe dos Heróis Fracos não é fácil de assistir. Mas é necessário. Ele nos obriga a confrontar perguntas desconfortáveis sobre justiça, poder e até que ponto qualquer um de nós seria capaz de cruzar a linha entre vítima e agressor.

E agora, com a 2ª temporada chegando em 25 de abril, temos apenas uma certeza: a guerra escolar está longe de acabar.

Você está preparado para voltar a essa sala de aula?

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